A esterilização, tanto de machos como de fêmeas, é uma intervenção cirúrgica frequente nas clínicas veterinárias. Enquanto uma das principais alterações fisiológicas associadas a essa intervenção, sabe-se que o risco de obesidade duplica nos cães esterilizados. Por isso, é fundamental estabelecer um plano nutricional específico adaptado às novas necessidades energéticas do seu cão.
Tal como já referido, um dos riscos mais frequentes e evidentes é a obesidade, pois está relacionada com as alterações que ocorrem no metabolismo do cão. Como consequência da redução de hormonas sexuais (estrogénio e testosterona), produz-se uma desaceleração do metabolismo semelhante à que ocorre em animais geriátricos, mas numa idade mais jovem – que, muitas vezes, coincide com um maior apetite nestes cães. Assim, o ganho de peso será determinado por um desequilíbrio entre o consumo de alimento e o gasto de calorias.
Além disso, podem ocorrer, embora nem sempre, algumas mudanças no comportamento (relacionadas com a falta de hormonas sexuais, que diminui a tendência para a vadiagem ou a deambulação) que envolvem uma menor atividade dos cães esterilizados e uma diminuição significativa do gasto energético.
Outras hormonas não sexuais estão envolvidas no processo de crescimento e aumento do tecido adiposo, como por exemplo a leptina, que regula o apetite ao nível do sistema nervoso central. Nos cães já obesos, e também nos gatos, observa-se uma síndrome de resistência a esta hormona.
Por vezes, juntamente com o controlo do peso, a imagem por nós percebida da sua morfologia ajuda-nos a compreender a importância de fornecer uma nutrição específica ao cão. O Índice de Condição Corporal é uma ferramenta muito útil no combate à obesidade.
Após a esterilização, os donos podem reduzir o risco de obesidade do cão através da alimentação e do fomento da prática de exercício físico. Uma ração light, formulada para satisfazer estas novas necessidades, é a opção mais recomendável.
Este alimento completo fornecerá todos os nutrientes de que o organismo do cão precisa, mas diminuindo o seu aporte calórico diário. Além disso, graças à inclusão de fibras vegetais naturais especialmente selecionadas, conseguimos promover a sensação de saciedade entre refeições, tão importante para este grupo de cães. A presença de L-Carnitina na ração também é essencial para estimular o metabolismo das gorduras e contribuir para o atingimento e a manutenção do peso ideal, bem como um teor ótimo de ácidos gordos ómega-3, que ajudam a reduzir a inflamação das articulações nos cães com excesso de peso.
Tão importante como escolher uma ração adequada é respeitar escrupulosamente as quantidades diárias recomendadas, controlar o aporte extra de calorias que pode estar associado aos prémios ou recompensas e pesar regularmente o seu cão.
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