A síndrome da cauda fria nos cães
Em que consiste a síndrome da cauda fria? Causas da síndrome da cauda fria. Tratamento da síndrome da cauda fria.
O meu cão pode ter síndrome da cauda fria só por passear quando está frio?
A síndrome da cauda fria (miopatia coccígea aguda), também conhecida como «limber tail», «cauda partida» ou «cold tail», é uma lesão que afeta a musculatura da cauda dos cães, com um quadro agudo e súbito. Costuma manifestar-se maioritariamente em cães de raças de trabalho ou raças desportistas e em circunstâncias muito específicas.
Esta patologia, embora pouco conhecida no geral, é descrita com maior frequência nos cães retriever, como o labrador ou o golden, o setter, o pointer ou o beagle, entre outras raças desportivas ou raças com aptidão para a caça.
Em que consiste a síndrome da cauda fria?
A síndrome da cauda fria é uma miopatia que afeta as fibras musculares da cauda (como uma entorse) e não deve ser confundida com uma fratura na cauda do cão.
Por se tratar de um processo muscular agudo, este distúrbio manifesta-se repentinamente, e os donos conseguem facilmente ver que algo não está bem com o seu cão. O principal sinal é que a cauda fica flácida, muitas vezes rígida na base e caída completamente imóvel para baixo.
Costuma ser dolorosa para o cão, pelo que é melhor não a manipular nem tocar nessa parte para não lhe causar mais stress e levá-lo ao veterinário o mais rapidamente possível.
Causas da síndrome da cauda fria
Embora não se conheça com certeza a etiologia deste distúrbio (ao que parece, existe uma certa predisposição genética ou racial, https://veterinaryrecord.bmj.com/content/179/11/275), os fatores mais comuns que provocam a síndrome da cauda fria são:
- O banho ou a natação prolongada em águas muito frias costuma ser a causa mais comum
- A realização de um exercício muito intenso sem que o cão esteja preparado para essa atividade física extenuante e sem os períodos de descanso necessários
- A exposição prolongada a ambientes frios e húmidos, ou a uma altitude elevada
- A vivência do cão confinada a um espaço muito pequeno
- Sacudidelas violentas e frequentes da cauda
- Mudanças bruscas de temperatura: o cão tomar banho ou nadar em águas muito quentes ou muito frias
Tratamento da síndrome da cauda fria
Felizmente, a síndrome da cauda fria é uma patologia que não representa gravidade se o tratamento for feito precocemente: geralmente com repouso absoluto (e evitando as emoções que motivam o movimento da cauda), aplicação de calor local na base da cauda durante alguns minutos por dia ou um tratamento com anti-inflamatórios ou analgésicos se o cão demonstrar sentir dor (tudo sempre sob controlo e mediante prescrição do veterinário). Tende a remitir em poucos dias, ainda que para alguns cães a remissão possa demorar até duas semanas.
Costumam observar-se recidivas (reincidências) deste distúrbio, se o cão voltar a ser exposto às mesmas circunstâncias que o causaram.
O meu cão pode ter síndrome da cauda fria só por passear quando está frio?
É importante notar que, mesmo que faça frio ou o ambiente esteja húmido, estas condições climáticas adversas não são suficientes por si só para desencadear a síndrome da cauda fria num cão. Portanto, pode continuar a fazer os passeios diários ou caminhadas no campo (a um ritmo adequado à condição física do seu cão) com toda a normalidade, pois esta síndrome tende a ocorrer em condições muito pontuais: nadar em águas geladas, especialmente no inverno, e grandes esforços físicos se o cão não estiver preparado para eles são as causas mais conhecidas.
Este artigo é informativo. Apenas os profissionais veterinários têm a capacidade de definir diagnósticos e prescrever tratamentos. Caso o seu animal de estimação apresente qualquer um dos sintomas descritos, recomendamos que o leve ao veterinário.